Polícia

Tiro que atingiu guincho na Avenida Bonocô foi disparado por policial militar

PM teve arma recolhida e foi levado para Central de Flagrantes

Tiro que atingiu guincho na Avenida Bonocô foi disparado por policial militar
Foto: Reprodução/TV Bahia

O tiro que atingiu o pneu de um guincho da Transalvador (Superintendência de Trânsito de Salvador), na manhã desta terça-feira (3), foi disparado por um policial militar que estava fora de serviço. O soldado Tiago Borges dos Santos foi levado para a delegacia para prestar depoimentos.

O caso aconteceu por volta das 8h, na Avenida Bonocô. O tiro atingiu o pneu dianteiro direito do veículo, que parou ao lado direito da via. Segundo a Transalvador, ninguém ficou ferido e o incidente não chegou a causar congestionamento.

De acordo com o motorista do guincho, o carro que estava atrás emparelhou à direita do caminhão guincho e o motorista, depois identificado como policial, apontou a arma em sua direção.

“Estava vindo em direção à Fonte Nova, na Av. Bonocô, na faixa da esquerda. Um carro buzinando muito na traseira do caminhão, querendo ultrapassar de qualquer forma. Quando parou o guincho, ele [o policial] estava muito nervoso. Depois ele tentou abrir a porta do carro e não conseguiu. Depois efetuou um disparo no pneu do meu guincho. Depois do disparo ele evadiu-se do local. O pneu ficou esvaziando e eu passei a situação para a central da Transalvador”, disse o motorista.

Segundo a defesa do policial, contudo, informou que ele teve a direção “fechada” pelo guincho e que foi xingado pelo motorista. De acordo com o advogado do PM, ele agiu dentro da legalidade.

Uma viatura da Transalvador bloqueou o trânsito cerca de 1 km de onde o tiro foi disparado, sinalizando a localização do carro do soldado da PM. Uma viatura da Guarda Civil Municipal também surgiu no local. O agente que bloqueou a avenida, que não quis ser identificado, contou que três tiros foram disparados e classificou o ato como uma tentativa de homicídio.

O órgão ainda informou que acionou uma equipe da Polícia Militar, que interceptou o autor do disparo e prendeu o homem. Com a chegada de viaturas da PM, o soldado Tiago teve a arma recolhida e permaneceu no local, dentro do próprio carro, até a chegada do advogado. A defesa do policial apresentou uma versão diferente da que informou o motorista do guincho e disse que ele agiu dentro da legalidade.

De acordo com o advogado Dinoemerson Nascimento, o policial estava com a família dentro do veículo e deu voz de prisão ao motorista, depois que teve a vida colocada em risco.

“O guincho que prendeu o carro dele no canteiro, atentando contra a vida dele e da família dele, que estava dentro do carro. O policial agiu dentro da legalidade. Quando teve a vida em risco, ele deu voz de prisão, sim, ao motorista da Transalvador, inclusive, terceirizado. E o motorista xingou ele, xingou a família e tentou fugir do local”, afirmou.

O advogado continuou explicando a versão do PM e disse que o motorista tentou fugir.

Todos os envolvidos foram encaminhados à Central de Flagrantes para serem ouvidos. Se for considerado que houve abuso de autoridade do policial, a pena pode chegar a quatro anos de detenção e multa, além de ter que responder pela infração de trânsito.


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