Política

Ministério da Defesa gasta verba da Covid com filé mignon, picanha e bebida alcoólica

Gastos foram revelados em apurações do Tribunal de Contas da União (TCU)

Ministério da Defesa gasta verba da Covid com filé mignon, picanha e bebida alcoólica
Foto: Carolina Antunes/PR

Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que o Ministério da Defesa gastou, em 2020, cerca de R$ 500 mil de recursos que deviam ser utilizados no combate à pandemia da Covid-19 com alimentos de luxo e não essenciais, como filé mignon, camarão, picanha e bebidas alcoólicas. As informações são do jornal Folha de S. Paulo e foram divulgadas nesta segunda-feira (27). 

Segundo o jornal, a partir de apurações sobre supostas irregularidades na compra de alimentos no governo desde o ano de 2017, foi descoberto que a Defesa já gastou R$ 525 mil com esses itens, além de salmão e bacalhau.

De acordo com o TCU, o dinheiro veio a partir da ação orçamentária “21C0 – Enfrentamento da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional decorrente do Coronavírus”, destinados a políticas de combate ao coronavírus. 

A análise do Tribunal mostra ainda que, dos órgãos superiores dos três Poderes, a Defesa foi o que mais gastou recursos para compra de itens considerados não essenciais.

“Ressalte-se que, dos recursos destinados ao combate à pandemia Covid-19 utilizados indevidamente para aquisição de itens não essenciais (aproximadamente R$ 557 mil), 96% foram despendidos pelo Ministério da Defesa”, diz o relatório da auditoria do TCU.

“Não parece razoável alocar os escassos recursos públicos na compra de itens não essenciais, especialmente durante a crise sanitária, econômica e social pela qual o país está passando, decorrente da pandemia (…) Além de não servir à finalidade a que se destina, a contratação desse tipo de insumo fere o princípio da moralidade previsto no art. 37 da Constituição Federal de 1988, o qual está diretamente relacionado à integridade nas compras públicas”, diz trecho do relatório.

Em nota enviada ao jornal, a assessoria de imprensa da pasta tentou justificar os gastos afirmando que as atividades do Exército, da Marinha e da Aeronáutica foram mantidas na pandemia.


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