Polícia

“Liderança quer dinheiro”, diz Pithon sobre criminosos que se importam com gestos em alusão à facções

Policial ainda falou as características do BDM e CV

“Liderança quer dinheiro”, diz Pithon sobre criminosos que se importam com gestos em alusão à facções
Foto: Reprodução/Redes sociais

Durante entrevista ao site UOL, o investigador da Polícia Civil da Bahia que atua em operações especiais contra organizações criminosas, Douglas Pithon, afirmou que lideranças mais jovens são mais propensas a defenderem símbolos, que estão levando a homicídios.

Além disso, o investigador falou que as grandes lideranças das facções querem mesmo fazer dinheiro e pouco se importam com gesto feito com as mãos.

“O mais novo quer mostrar, quer atirar, quer mostrar poder, quer ter símbolo. É um cara com vinte e poucos anos, que está portando fuzil. É o que a gente chama de atuação de chão de fábrica, o poder pelo poder. É o cara que é o gerente. Para quem é a liderança de verdade, a gente percebeu que ele quer dinheiro, lavar dinheiro, e pouco se importa com o gesto que o morador está fazendo com as mãos”, afirmou.

O CV usa como símbolo os dois dedos levantados, no estilo ” v de vitória, onde cada dedo representa uma letra da sigla e seus membros costumam dizer que tá “tudo 2”. Já em relação ao BDM maior rival do CV na Bahia, os integrantes ou ‘simpatizantes’ fazem sinal com três dedos.

Phiton ainda falou sobre as características do Comando Vermelho, que busca envolver até a comunidade em práticas ilícitas.

“O CV tem características que buscam a manutenção do território, a criação de ideologia de enfrentamento, cultura de empoderamento dos facionados nas comunidades e busca até envolver a própria comunidade nas práticas delituosas, apontando o que pode e o que não pode fazer, promovendo eventos e etc”, disse o investigador.

Além disso, o policial falou sobre o BDM que tem vínculos com o PCC e TCP, que segundo o agente é uma facção mais voltada na questão do lucro comercial e rotas internacionais.

“O PCC em si é mais comercial, focado no lucro, a boa distribuição da droga e na grande rota dos portos. Tanto que na Bahia eles nem envolvem o nome nos conflitos, participando apenas por meio desses outros grupos que existem (BDM, TCP). É uma maneira do PCC unir o nome e não se envolver diretamente nesse conflito. Mantém o BDM porque não querem que falem do PCC, pois as ações policiais canalizam os esforços”.

Na Bahia, o “3” do PCC é atribuído ao BDM que tem negócios com a facção paulista. Ainda no estado baiano, cogitou-se até uma fusão entre o BDM e o Terceiro Comando da Capital (TCP), que manteve estreita relação com o PCC durante muito tempo.


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