Polícia

“As marcas que vi são de confronto”, diz secretário de Polícia Civil sobre Jacarezinho

Investigações sobre excessos de policiais durante operação continuam

“As marcas que vi são de confronto”, diz secretário de Polícia Civil sobre Jacarezinho
Foto: Divulgação/Polícia Civil

O secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro, Allan Turnowski, comentou sobre o caso da operação policial no Jacarezinho, afirmando que, até o momento, não há indícios de que ocorreram execuções durante a ação. A operação na comunidade deixou 28 mortos, um deles, policial. 

Em entrevista ao RJTV, da Globo, Turnowski pediu paciência e garantiu que haverá “transparência absoluta” no decorrer da investigação sobre possíveis excessos cometidos por policiais na operação. 

“A reação da polícia depende da reação dos criminosos. Traficantes do Jacarezinho atiravam para matar policias […] Quem determina o desfecho da operação é o traficante. Quando a polícia entra num ambiente confinado, dentro de várias casas, segundo noticiado, o traficantes tem duas opções: ou ele se agarra a família, faz refém, ou se esconde para ir para confronto”, afirmou. 

“As marcas que eu vi são de confronto. Não temos uma família refém, não temos ninguém negociando. Então, a princípio, não tenho nada de concreto que me leve as execuções […] A transparência vai ser absoluta. O que a gente não pode é concluir antes de investigar”, continuou.

O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) anunciou a criação de uma força-tarefa para apurar as mortes ocorridas na ação. A operação é considerada a mais letal da história do estado.

O secretário encarou a decisão do MP com um olhar positivo. “Precisamos de controle externo do MP para que as conclusões a que chegarem sejam de confiança da população. Temos o apoio de mais de 90% da população da ação. Hoje é uma luta do estado contra uma facção criminosa”, disse.

Após entidades ligadas aos direitos humanos cobrarem pela identidade das vítimas, a polícia divulgou o nome de todos os mortos dois dias após a operação. 

De acordo com o secretário, “o Rio está mais seguro sem esses 27 criminosos neutralizados”. 

“As ações fazem com que esses criminosos não sirvam de exemplo para as crianças […] A gente precisa que no início quando essa criança entra para o tráfico, que não é o filho do líder— esse está estudando fora, esse ele não quer no tráfico— Essa é a hora dos diretos humanos nos apoiar e não permitir que essa criança entre no tráfico, não quando ele vira um adulto e nos enfrenta. Aí falam que a polícia não pode agir. Então o momento dos direitos humanos é ali na frente”, opinou.

A Polícia Civil garante que todos os 27 mortos eram suspeitos de estarem envolvidos com o tráfico, contudo, dois deles não possuía ficha criminal, de acordo com um relatório sigiloso da Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil, obtido pelo jornal O Globo.  


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